domingo, 23 de janeiro de 2011

O artista e o Espírito

As mãos carregam a sensibilidade do artista. De onde vem essa sensibilidade? Vem do Espírito. Com os ouvidos do coração atentos, ele escuta do sopro do Espírito sugerindo as linhas do desenho, as letras dos contos, as notas das musicas, os movimentos da dança e os diálogos das cenas.

Mas a escuta do Espírito requer desejo, requer amor, requer purificação. O desejo em aproximar-se de Deus é para aumentar o comunicação e a inspiração vinda do Espírito. Não há como escutar o Espírito sem amor, e o artista sabe disso. Por isso ele limpa e purifica a alma, ora e busca as coisas do alto, deixando seu coração com o maior espaço possível para o amor, e, desse modo, a voz do espírito ecoa mais alto.

O Espírito é sensível. Ele é doce e intenso. Enche e transforma a vida do artista. Queima o coração, adoça a relação com os instrumentos. Porém, tal qual a sarça ardente, isso não se consome, mas se transforma em arte essa emoção. A arte jamais acabará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá mas arte, expressão do amor do Criador, pelas mãos do artista, sempre existirá.

Assim, o sapiencioso artista segue a sugestão do Espírito. Discute às vezes, mas segue com fé as orientações, confiando ao Criador a arte, mesmo quando suas linhas inicialmente não simbolizam nada, as falas estão desencontradas e as notas sem ritmo. Ele não desanima, lembra-se do Criador, que do nada criou um mundo tão belo, e com a sugestão do Espírito, recria a imagem e os sons do mundo com amor, com muito amor.

Minha ladainha

O medo me consumia.
Por mim mesmo tentava lutar, em vão.
Só me restou sentar no chão e calmamente orar.
O que eu pedia?
O desprendimento de Francisco
A sabedoria de Agostinho
A profundidade de Tereza
O discernimento de Inacio
A persistência de Xavier
A coragem de Roque
A caridade de Camilo
A compaixão de Vicente
A inteligência de Antonio
A disciplina de Bento
A doçura de Clara
A sabedoria de Tomas
A oratória de Domingos
A piedade de Geraldo
A fortaleza de Pedro
A convicção de Paulo
E o amor de Maria

Em todo e em parte
Eles te refletem, Senhor, tua face
Por teu amor por mim
Permita-me também, Cristo,
Refletir algumas de tuas faces.

Suscipe me, Domini

Não me decepcione,
não me traia
em suas promessas acreditei
vou ver para onde vou
seguindo teus conselhos

Medo eu tinha
No inicio ao procurar a segurança
rodei, andei, viajei
porém descobri-a em mim
Pois tu me habitas

Ao lançar-te minha oferta
minha vida por tuas promessas
Tu aceitastes,
meu Deus fiel.
Agora, ainda mais, somos um.

Ainda não sei para onde vou
E daí?! Tranquilo estou
Pois se é por mim,
quem pode contra vós?
A segunda morte?
Não, ela não me fará mal.

Os namorados e as graças

A eles foi dado uma graça
O Espírito um anjo acionou
Cupido seu trabalho fez

Alegria se instalou
E Deus abençoou
Assim eles se amavam

Um terremoto ocorreu:
egoísmo, ciúmes, diferenças
a relação abalou
Para onde foi o amor?

Altos e baixos
hão ocorrer
Porém não perca a fé
Invocando, o Espírito vém.

E de novo veio a graça,
o Deus do impossível interviu,
Perdão, tolerância, afeto
O amor retornou

O INEVITÁVEL


O lápis insiste em correr
É mais forte do que eu,
não resisto
As palavras teimam
querem sair de mim
Quem sou eu?
Não posso aprisioná-las
Elas são livres
O que faço é alimentá-las

Prazer, confesso, sinto
A vaidade me toca
Não posso mentir
Sinceridade é bom, né?
Agora e sempre
a verdade não mudará

Hum... cansado fiquei
Ok, Lapis, sorry, vou parar
a rima pobre eu cesso
e quem sabe na próxima página,
eu volto